quinta-feira, dezembro 07, 2006

Little Blue Man on the corner (Azulzinho na Esquina)
"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente."
A década de sessenta nos legou um estereótipo da figura do estudante. Revolucionários, agitadores, cheios de vida e ânsia por mudança, alguns poucos conseguiam tempo para estudar, outros se dedicavam mais para "lutar". Enfim, de um modo geral, esta categoria "estudante universitário" ficou conhecida como “revolucionária”. Contudo, temos também hoje a conhecida como “diplomária”.
Universitários hoje têm dois perfis: os do diploma e os da revolução. Nesse universo aparentemente dispare entre universidades públicas e particulares, há os que estudam à noite (pois trabalham), os que adoram a cantina (é bom conversar), os que não aceitam notas baixas (afinal estão pagando), os que compram monografias (é mais fácil) e há, é claro, os que passam o dia (vários dias; anos, na verdade) na universidade (quase sempre as públicas) fazendo a revolução.
Tanto de um lado como de outro, poucos de fato estudam. Triste ponto em comum. Poucos lêem. Poucos abstraem. E pior, pouquíssimos sentem prazer em estudar. Os dois perfis encontram-se espalhados nas públicas e particulares: diploma na mão = mercado; revolução = não mercado. Quanta pequenez! Sabem o resultado disso?Um mercado frágil e cheio de gente burra que nunca leu Goethe e universidades anêmicas cheias de carrapatos revolucionários dando prejuízo ao já falido “Sistema Nacional de Educação”.
E eis que um azulzinho (guarda de trânsito em Manaus) se arvora na esquina e se enche de autoridade porque é universitário!!! Eis que Silvio Santos mandou muitos direto para o inferno quando estes solicitavam ajuda dos universitários!!! Eis que festivais universitários, sextas culturais, festas de formaturas e afins são quase sempre a celebração do mau gosto e do brega. Pra quê então a universidade?Perguntem-se: Pra quê a UFAM ? Pra quê a UNINORTE e outras?Lembre-se: Quando um azulzinho fizer cara feia e lhe multar, ao invés de se ajoelhar pedir para anular a multa (ato inútil) , pergunte a ele o que acha de Dom Quixote ? Marques de Sade? Ou sobre o liberalismo de Adam Smith...e observe atentamente, em câmera lenta, muito lenta mesmo a sua expressão facial.
É isso. Sejamos Felizes!

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente texto, amiga blogueira misteriosa. O pior é ainda ver gente condenando a tal "mercantilização" do ensino, e atribuindo às faculdades pagas a responsabilidade pelo alegre não-ensinar e não-aprender das duas esferas, a pública e a particular. Mas quanto aos azulzinhos universitários, você ainda não viu nada. No Allegro os garçons também são universitários, e nunca me trouxeram uma conta correta - sempre errada pra maior. O atendimento também é ruim, talvez porque a cada mancada no serviço eles formem equipes de seis e decidam fazer um trabalho acadêmico sobre o que ocorreu. Como se formaram sempre nas costas de um único membro da equipe, os clientes saem sempre irritados, ainda que sejam todos educadinhos, falem mansinho e sejam limpinhos.

Um abraço.